segunda-feira, 3 de março de 2008

Simples assim


Às vezes tenho a impressão de que o mais complicado em bebês para nós é, paradoxalmente, essa extrema simplicidade deles. Não dá; nossos confusos sofisticados cérebros, alardeados para tão mais, parecem dar pau, não captar o espírito espartano da coisa.


Vejam só que seres mais lindos de simples e sábios. Gostam de quem gosta deles (absolutamente qualquer pessoa: sem requisitos de idade, sexo, cor, beleza, simpatia, idéias, jeito ou desajeito). Costumam não gostar de quem não gosta deles. Requerem, do dia, meia dúzia só de providências (tudo bem que repetidas n vezes): serem agasalhados, terem a barriguinha cheia, estarem limpinhos, terem um cantinho calmo pra dormir, receberem carinho e um pouquinho de diversão. Para o dia ser bom, nada demais precisa acontecer; ninguém precisa chegar, telefonar, convidar - basta o dia rolar sem sobressaltos. Se chover, ótimo; se fizer sol melhor ainda. Brincadeira? Qualquer pedaço de coisa que dobre ou faça barulho tá valendo. Bebês não disfarçam: tudo o que incomoda é anunciado na hora com choro - nunca estão nem aí pro que vão pensar deles. Contam com o amor e aceitação como certos; não patinam em qualquer dever de conquista. Não guardam mágoa nem remoem nada: assim que você desfizer o que estava incomodando, passam das lágrimas ao riso em segundos. Estão totalmente no presente, não se lembram do que passou, ignoram totalmente o minuto seguinte da vida. Você pode repetir a mesma gracinha um zilhão de vezes, eles sempre vão rir etc. etc. etc. (se a gente parar pra pensar, exemplos de simplicidade e sabedoria não faltam mesmo na vidinha dessa micro gente de uma perfeita linha só).


E a gente fica aqui ruminando se aquele olharzinho caído não é tédio; se aquela mãozinha afastando um beijo seu não é rejeição à mãe; se os estímulos - visuais, auditivos, táteis etc. - estão suficientes no dia; se a pintura da parede da casa não está enjoativa; se você não está enjoativa; se a vida do bebê não está enjoativa; pensamos em quando teremos dinheiro pra aquele brinquedão que promete ser a coisa mais legal do mundo; se estamos conversando com ele o tanto que precisa; se estamos sorrindo pra ele o tanto que precisa etc. etc. etc. (exemplos de complicação também é o que não falta na cabeça dessa gente grande embolada em tantos rabiscos desencontrados).


Eu queria muito saber: que hora, que bendita hora é essa, em que a gente se complica tanto e faz a vida ficar tão assim exigente e difícil?! Como diz uma amiga minha, a criança ao virar adulto não só evolui; em vários aspectos também involui. Definitivamente.


ps: uma coisa não é simples de entender na Manú: como pode essa criaturazinha já ter entendido que é pra rir quando uma câmara é apontada pra ela?? Impressionante, mas não se tira mais foto dela séria; esteja acontecendo o que for, ela vê a máquina e ri na hora, como aconteceu na foto acima esses dias...

Um comentário:

Dani Guima disse...

Bia, a Manu está simplesmente lindaaa, muito fofa!! Que foto gostosa, que vontade de apertar!!! Amei a reflexão sobre simplicidade, foi gostoso abrir os olhos para esse aspecto. Vou olhar a Rafinha de outro jeito agora. Ela está a 5 dias de completar 9 meses, e ontem gripou pela primeira vez. Eu, como mãe de primeira viagem, estou com o coração na mão, sem dormir pois ela acordou a noite toda, um chororô só... mas, acabei de falar com o pediatra que me muniu de um monte de remédios e providências. Não fomos no parque no domingo por causa da chuva, por isso não te liguei. Mas se domingo que vem ela já estiver boa (sou otimista) e se fizer Sol, estaremos lá e te ligo, ok?
Bjo bjo,
Dani Guima.
PS: E aí? Volta a trabalhar quando?