sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

De concreto...

Esse blog tá parecendo minha análise. Começou há três anos atrás com o objetivo de falar de umas duas, três coisas específicas e, até hoje, se for espremer, não falei praticamente nada sobre essas coisas mas de tantas outras intermináveis. Vai entender.
A idéia inicial do blog era, mais do que desabafar minhas vãs viagens, a de colocar na roda os tabus da maternidade. Sim, tabu, pois se me espantei com alguma coisa desde que aquelas duas listrinhas apareceram pra mim é quantos tabus - caretices, prisões, não-ditos, mal-entendidos, talvez fossem melhores palavras - cercam a situação "mãe". Aliás, se não fosse de gosto tão duvidável, minha intenção era batizar o blog no estilo "save the mothers!", "free the mothers já!", algo assim.
Liberdade... Sem dúvida uma das coisas mais difícies - e, na mesma proporção, fundamental - da vida. De viver, de se oferecer, de se conviver. Com relação à maternidade, na minha opinião, mais difícil e mais fundamental ainda.
O fato é que nunca tinha, nesses meus 32 aninhos de bate-bate, experimentado nada que tivesse me colocado tanto na berlinda quanto ter virado mãe. Digo, na mira do julgamento de todo mundo; na mira, pior, do meu próprio e constante julgamento. Hasta la vista liberdade!
Que todo o mundo tem palpite sobre tudo do universo mãe, sabemos; mas que nesse palpite vem quase que inevitavelmente embutido um julgamento que tememos, poucos admitem. Mas vem. E isso é baixo-astral, pra se dizer o menos. Deprime.
Muitas razões, penso, pra isso. A primeira, mais óbvia e mais forte na minha opinião, é que talvez a maternidade (leia-se também paternidade e outros arranjos) seja, depois das experiências puramente orgânicas, a experiência mais democrática do planeta. Desde o começo dos tempos, em todo lugar em que há vida humana, até agora e por quanto durar a espécie, engravida-se, pari-se, cria-se. Nada mais natural, então, do que perto da totalidade das pessoas terem opinião sobre tudo o que envolve a questão. E daí ter idéias, concepções que, a não ser em espíritos mais evoluídos, vão ser a inevitável base para se julgar a primeira e todas as outras mães que se vir pela frente. A começar por si, o que pode acabar numa m. enorme.
Bom, não ia teorizar e já tô teorizando... Ô canseira.
O que eu queria mesmo era dar só uma introducãozinha pra começar a falar dos perrengues mais concretos que passei e venho passando e que, pelos tais tabus, acho muito pouco escarafunchados e, por isso, fantasmagóricos. Exorcizemos!
Tô com vontade de começar pela amamentação (ou não amamentação), que tanto me chateou. Mas no próximo post, pois agora... adivinha? Buá, buá, buá, buá...
ps: não tô conseguindo responder aos comentários, tão legais, que estão deixando... Vou tentar ver se aprendo melhor mexer nisso aqui, mas, por enquanto, saibam que tudo está sendo deglutido vorazmente por mim e a energia boa que vem disso prontamente sugada! Que maravilha ter vocês pra compartilhar!

2 comentários:

Dani Guima disse...

Bia,
a alegria é nossa de compartilhar seus momentos tão especiais. Devo admitir que estou curiosíssima com os tabus que serão aqui comentados! Tenho tantas sugestões também... Mas se não vejamos o que vem por aí, antes de me empolgar e sugerir temas... Manda ver que estarei checando esse blog quase todos os dias!!! :D
Beijos, Dani Guima.

Anônimo disse...

Bia,

Ler coisas escritas por vc sempre foi um assunto sério para mim. Tenho que te contar que sempre tive um ritualzinho básico antes de ler seus e-mail de natal: 1-suspiro, 2-expressão básica : aiaai, e-mail de natal da Bia, 3-prender o cabelo, 4- pegar uma taça de vinho. Ter hoje um blog inteiro é, para mim, um luxo! Adooooooooooro sua escrita, menina!
E vc sabe o qto este assunto (escrita é importante p/ mim). Tá mandando bem demais, manda ver!
Beijos,
Renata Versiani